Em maio, participei da maior feira de turismo especializada no continente africano, a Indaba (na língua Zulu, significa “um importante encontro”!). Trouxe muitas novidades, em especial para o segmento de experiências que têm crescido muito por aqui. Para citar um exemplo, muitos lodges de safáris têm se especializado em trekkings, onde o contato e a proximidade com a vida selvagem é muito maior. As cavalgadas, os safáris em família e em mokoros (canoas esculpidas em um único tronco de árvore) também estão em alta!
Eventos como a Indaba são ótimos para trazer bons contratos, reforçar parcerias e aproveitar para explorar a região. Após a feira, planejei uma viagem para conhecer uma das maiores reservas privativas da África do Sul, ainda pouco conhecida por brasileiros, a Madikwe Game Reserve. Tenho que confessar: minhas expectativas eram medianas. Ingressei no mundo dos safáris no Parque Nacional do Maasai Mara, no Quênia, onde é possível ver a grande migração dos gnus e zebras. Normalmente as pessoas começam os safáris na África do Sul, local com muita infraestrutura, e depois ficam tão apaixonadas pelo “mundo africano”, que partem para lugares mais remotos e selvagens como o Quênia e Botswana. Mas no meu caso foi o contrário e, apesar das recomendações, não vi problema nenhum. Afinal, a África do Sul é um país para voltar muitas vezes. O safári em Madikwe foi surpreendente. A reserva foi criada 50 anos atrás, quando os fazendeiros da região perceberam que a terra ali era pobre demais para plantar. Está na fronteira com o deserto do Kalahari, a noroeste do país, perto de Botswana. A região semiárida facilita a observação dos animais, e os fotógrafos adoram!
Aliás, eu gostaria de agradecer o turismo da África do Sul pelo convite. Éramos um grupo de sete agentes de viagens brasileiros, experientes e viajados. Voltamos todos encantados com a reserva, vimos muitos animais, visitamos lodges incríveis e percebemos que Madikwe deve, sim, entrar no circuito dos safáris, mesmo para quem já foi mais de cinco vezes para a África. Para se ter ideia, testemunhamos a busca de um guepardo (cheetah) e de uma matilha de wild dogs (cachorros selvagens) famintos atrás de presas. Nosso bravo ranger contava com o apoio de um intrépido tracker e, juntos, eles aceleravam a caminhonete, passando por cima de árvores e pedras para que não perdêssemos as caçadas. Eu jamais me esquecerei destes momentos tão especiais. Mama África, meu coração pulsa por ti!